sexta-feira, 8 de outubro de 2010


“...nenhuma viagem é ela só, cada viagem contém uma pluralidade de viagens, e se, aparentemente, uma delas parece apresentar tão pouco sentido que nos autorizados a sentenciar, Não vale a pena, mandaria o senso comum, se por preconceito e preguiça o não obliterássemos tantas vezes, que verificássemos se as viagens de que aquela foi conteúdo ou continente não serão valiosas bastante para terem, afinal, valido a pena e as penas. Todas essas considerações reunidas nos aconselham a suspendermos os juízos definitivos e outras presunções. As viagens sucedem-se e acumulam-se como as gerações, entre o neto que foste e o avó que serás, que pai terás sido, Ora, ainda que ruim, necessário.” – JANGADA DE PEDRA –

2 comentários:

  1. mesmo num pequeno texto, há tanto a refletir...Veja: Saramago coloca presunção junto com julgamento...Como dizia Dante Alihieri, como podemos julgar com vista que alcança meio palmo, coisas distantes a mil milhas...
    "Nenhuma viagem é ela só..." parece que grita assim:por favor, abre seu espírito, seus olhos, seu coração...sai da mesmice e cresce!
    Hummm...esse blog é ótimo pra filosofar!!!

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  2. Ao ler Saramago encontro sempre trechos como esse, que nos levam à reflexão. Daí a idéia do blog, senti a necessidade de registrar, compatilhar e difundir seu pensamento...
    Que bom que está gostando Léa!

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