domingo, 30 de janeiro de 2011

Um perigoso acriticismo

Acreditámos que com a democracia abandonávamos certos medos, mas trocámo-los por outro medo colectivo e geral que nada tem a ver com a tortura ou a censura. É o temor constante de perder o emprego, um medo que limita e condiciona totalmente a vida de quem o sente. E esse medo alimenta o verdadeiro governo do mundo de hoje, o poder das multinacionais que conforma tudo à sua própria lógica. Uma lógica que impõe um perigoso acriticismo que cresce como uma mancha de óleo por todo o mundo. Parece que a norma é não pensar, não reagir, não criticar.

“Saramago, el pesimista utópico”, Turia, Teruel, nº 57, 2001
In José Saramago nas Suas Palavras

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